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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Abre as asas e, vai!




"Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida", disseste.
Olhei-te e vi-te perdido, incrédulo, derrotado. Procurei luz no fundo dos teus olhos. Senti o peito a arder, a respiração parar, as pernas dormentes.
Rapidamente tentei encontrar-me, não perder o control e sem saber como foi que consegui, fui forte. Sem lágrimas nem lamentos.
Foi dizer-te que desistir não fazia parte do teu carácter, que a luta era tua, minha, nossa e que o AMOR move montanhas.
Jamais estarias só.
Levantar-te a cabeça do chão quando te via perdido em pensamentos que não posso imaginar. Erguer-te para que enfrentasses a batalha com dignidade. Sufocar a dor e calar a angústia quando te via a acariciar a cabeça da Vera.
E os teus olhos perguntavam:
"Quem és tu? Quem é esta mulher?"
Não saberia responder, vivi longe de mim, só precisava saber que estava contigo, que não tinhas dores. Que me sentava ao teu lado a "ver" televisão de mão dada, a sentir o teu calor, a tua vida, todos os instantes e pormenores. Curioso, mas as pequenas coisas às quais não damos a menor importância a maioria das vezes.
..........................

E foi tudo tão rápido, quase surpreendente. Um telefonema às 15H00 para Barcelona e às 19H00 estava ao teu lado no hospital da Amadora. Para te ver, para que nos visses, nesse e em todos os dias que se seguiram.

Até à despedida. Ao até já, ao até sempre.

Ninguém podia saber que eu estava a morrer também.

Agora és livre

2 comentários:

Ana disse...

Oh meu amor, neste momento queria muito poder dar-te um abraço...envio-te um, sem tempo nem espaço, daqueles que vêm cá de dentro.
Estou aí.

Luísa Lopes disse...

Obrigada, eu sei. Deixo-me envolver. Amo-te!