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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Viagem com eles



 


Não tenho cemitérios físicos para visitar, mas no entanto já fiz uma longa viagem interior desde Moçambique. até às Azenhas do Mar. Desde a minha avó paterna, até aos avôs que não conheci. Aos meus bichos, amigos, familiares e amigos.

Tenho andado raivosa, desencantada e céptica.
Na quinta feira passada, antes de adormecer pedi para sonhar com o meu pai, pedi para matar saudades, por algum conforto. Acordei madrugada fora com a minha mãe caída nas escadas, num cenário de terror que não consigo esquecer. Pareceu-me morta. Pontos na cabeça, uma costela partida e muitos hematomas.
Senti-me traida e abandonada. Zanguei-me com os Deuses, com o meu pai, comigo e com os meus remorsos. Senti que tudo é uma grande e cruel mentira, não me falem de amor e afins, que não quero ouvir.

Enquanto viajei hoje no tempo, fui comprar um banco para a banheira para tornar mais fácil e confortável o banho dela. Preciso de cuidar dos vivos. Preciso de forças, preciso da fé que me abandona.

Isto também há-de passar.

1 comentário:

alsg disse...

Eu, não tenho muito jeito para escrever,as palavras custam a sair, ou melhor a escrever, chegam muito rápido e é uma confusão,começam-se a sobrepor...acerca do que escreveste não acho que tenha sido um aviso, pois para aviso foi muito cruel, (ninguém nem coisa alguma necessita de avisar daquela maneira)é a velhice talvez. Concordo plenamente em que devemos dar muita atenção aos que amamos e estão perto de nós. Eu uso muito,"se ele me observasse, como é que eu gostaria que me visse" entendes o que quero dizer?
E é aí que se vai também buscar forças, para não
falar é claro nos ricos beijos que damos e recebemos, nas boas festas que damos e recebemos, e nos bons filmes que os nossos mais que tudo vêem e que depois nos contam e nós gostamos que eles nós contém e rimos :). Beijos, pimpolha.