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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Para ela ( ! )


Tenho comigo uma particularidade que não percebo mas que já assumo ser minha, portanto não questiono. Aceito.

Amo pessoas de forma estranha.
Estranhamente amo o meu avô materno, delirei e enternecí-me com as estórias que os filhos contavam, que a minha mãe conta, admiro-lhe o carácter a doçura de um pai de 7 filhos, a persistência e até as fraquezas..
Gosto de secretamente imaginar que lhe herdei algumas destas coisas.
Nunca o conheci. Partiu muito antes de eu nascer.

Amo a minha irmã/irmão. Imagino como seria sermos iguais, cúmplices, amigas (os). Sinto que me acompanha e protege. Partilhámos o mesmo útero ao mesmo tempo.
Nunca a (o) vi. A minha mãe abortou e fiquei eu. Chego a supor, como justificação para o meu pavor ao abandono e solidão, que a causa é essa. Separámo-nos abruptamente. Fiquei cá. Sózinha.

Amo pessoas de quem me falam com paixão, pessoas que são importantes na vida de outras que amo e conheço. Torno-as um bocadinho minhas, através de descrições, pelas demonstrações de carinho relatadas, pela generosidade.

Só vi uma fotografia. Só ouvi estórias. Apercebí-me da grandeza e do amor.

E também a amo.

Quero saber-te livre.
De mim para ti, voa um beijo.


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