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sexta-feira, 30 de março de 2012

Só por isso





Só para dizer que andar assim caladita, tem os seus quês. É que se abro a boca, ou entra merda ou sai asneira.
Não me apetece. Muito menos em público. Grande javardice.
Por não conseguir ( nesta fase que já vai longa) ser polida, políticamente correcta e faltar-me formação académica (ironia) é melhor ficarmos assim.
Há-de passar.



terça-feira, 27 de março de 2012


"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"


Florbela Espanca

sexta-feira, 23 de março de 2012

Overdose de parvoíce



Choro, raiva e ranger de dentes tem sido o meu estado anormal nestes dias que já me cansam de longos. Andava a pensar se não teria sérios problemas de saúde mental.
Felzmente, há sempre uma alma que nos entende, nos sente e nos ajuda. Assim que puder (sim que estou com uma gripe daquelas para ajudar) vou por aí gritar. Muito alto.

terça-feira, 20 de março de 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

O encontro



"Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze taxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover. Começou a chover e não há um toldo onde abrigar-me, eu que não trouxe guarda-chuva, o céu sem nuvens quando saí de casa, previsão de céu sem nuvens para hoje, os camelos da meteorologia deviam ser fuzilados mas infelizmente não estamos em Cuba nem há maneira da máfia napolitana tomar conta da miséria deste país. E, já agora, da minha miséria, feito parvo à tua espera. Encosto-me ao prédio na esperança de me molhar menos mas as varandas, para além de pouco salientes, pingam-me gotas enormes na nuca: amanhã, está-se mesmo a ver, agonizo na cama a aspirinas, de termómetro debaixo do braço e a caixa dos lenços de papel quase vazia. Contar mais corcundas inútil, todos eles em casa, sequinhos, colados às janelas, a verem-me. Chegarás antes de acabar a chuva?..."

António Lobo Antunes
Visão - O encontro

Por isto também gosto dele. Desmascara-me, desmonta-me o cenário, que eu também conto até 100, conto passos, conto degraus, faço jogos mesmo que perca, adivinho os desfechos. Sou idiota.

De novo a vida








sexta-feira, 16 de março de 2012

3 dias

com tempo para mim.




Que bom!!

As nenucas


E a criatura, enquanto enchia frasquinhos com o meu sangue, fazia bolas com a pastilha elástica e dava estalinhos.
Ou bolhinhas c'a boca que vai dar ao mesmo.
Kanojo. E sobretudo falta de decoro e de respeito.
Chiça!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Pedido de desculpa



Aproxima-se o dia do pai e com ele os meus pensamentos intensificam-se e atormentam-me mais que o habitual. Questões atrás de questões. Muitas vezes me zango com ele, (na minha incapacidade de entender e aceitar) por me ter abandonado. Por me deixar sozinha, quando sabe que a solidão me assusta e as sombras da noite espreitam nas esquinas do quarto.
E depois arrependo-me, deixou-me contra a sua vontade, a mulher de negro seduziu-o e levou-o.

Será que és aquela estrela que vejo da minha janela? Será que és uma pomba branca que aparece do nada, precisamente quando procuro solucionar um problema e me pergunto que pensarias do assunto?
Não sei!

Quando ficaste muito doente, era a única que sabia exctamente com quê e o que iria acontecer. Vivia longe, a angústia tomou conta de mim e fui obrigada a pedir ajuda profissional.
Andei a planar por cima das nossas vidas, a minha atribulada, a tua por um fio. Mas estive lá, com uma força aparente e uns comprimidos de suporte. Chorei muito pouco, para o que me apetecia. Ou devia. Mas não podia ser, afinal a mãe precisava de mim lúcida e forte, achava eu, porque as muralhas do castelo dela são maiores e mais resistentes que as do meu.
Fui guardando cá dentro e deixando sair, devagar, nas ocasiões menos esperadas.

Quando o Silvestre morreu (o meu gato) com 4 anos, assim de repente sem nenhum indício de coisa alguma, foi o descalabro. Chorei tudo e por muitos dias. Achei que tudo o que amo e toco desaparece num ai. Pensava em ti, em pedir-te desculpa por exteriozar tanto sofrimento com a morte do meu gato e não ter sido assim quando partiste.
Telefonei ao médico, nesse desespero de má filha, com essa culpa colada a tanta dor.
Ele tranquilizou-me (?). Disse-me que o luto pelos animais de estimação é mais intenso e também mais curto. Que era normal já que os bichos dão tudo, amam incondicionalmente.

Mas e tu? És meu pai. Sei que me amaste assim.

Portanto, pouco convencida te peço desculpa. Sei que odiavas ver-me chorar. 
Serás tu que me impedes??


segunda-feira, 12 de março de 2012

Jorge de Sena






Desencontro

Só quem procura sabe como há dias
de imensa paz deserta; pelas ruas
a luz perpassa dividida em duas:
a luz que pousa nas paredes frias,
outra que oscila desenhando estrias
nos corpos ascendentes como luas
suspensas, vagas, deslizantes, nuas,
alheias, recortadas e sombrias.

E nada coexiste. Nenhum gesto
a um gesto corresponde; olhar nenhum
perfura a placidez, como de incesto,

de procurar em vão; em vão desponta
a solidão sem fim, sem nome algum -
- que mesmo o que se encontra não se encontra.

Jorge de Sena, in 'Post-Scriptum'

domingo, 11 de março de 2012

Aqua Gym



Fui experimentar e acabei a inscrever-me. Não tenho mar, não tenho rio, tenho piscina.
Continuo a ser uma privilegiada.
Bom resto de domingo.

sábado, 10 de março de 2012

Estou cansada



Estou cansada.
De contar os dias
De esperar por gargalhadas sinceras, por abraços quentes
De ter medo da morte, de não a entender e da solidão e sofrimento que adivinho nos meus devaneios 

Estou cansada
De me zangar comigo, por dar impotância a coisas que realmente não têm importância nenhuma
Do politicamente correcto, da hipocrisia necessária para me salvaguar da tanta maldade
De não me habituar a este sítio e resistir à mudança
Desta consciência lúcida das coisas e pessoas que me rodeiam

Estou cansada
De perder e recuperar  à velocidade da luz a fé em mim, nos homens e no poder divino
Das minhas rotinas, das quais não tiro qualquer prazer
De me arrepender de tudo o que não fiz e não faço
De sonhos toldados, das saudades que sinto

E hoje é assim: sinto-me velha, sinto-me triste

Estou cansada

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulherio, hoje e sempre.




Acordei triste. As duas últimas semanas não têm sido nada fáceis, com fantasmas do passado a rondar por aqui, tanto os meus como os da "Coelha".  Sentimentos estranhos, coisas que pensávamos resolvidas, mas que brotam sabe-se lá de onde, como os cogumelos com a chuva. O que vale é que é à vez e assim aguentamo-nos uma à outra.
Escusado será dizer que tal como eu e, sem fazer ideia se estas coisas se herdam, se educam, se copiam, temos as duas a mesma sensibilidade, característica, feito, ou seja lá o que for. As dores dos outros, especialmente os que nos são próximos, dão-nos sinais, pistas, deixam-nos inquietas e sabemos (porque sim), que algo vai mal.
E por ser o dia da Mulher (igual ao litro) e haver tantas manifestações de tantos lados, lembrei-me da primeira vez que ouvi falar do assunto.
Há muitos anos, a  minha prof de Introdução ao Direito decidiu levar-nos numa visita de estudo à Assembleia da República. Fomos presenteadas com narcisos lindos e perfumados e lembro-me de fazer um grande esforço para não me manifestar no hemiciclo.
Depois inevitavelmente, as mulheres da minha vida foram tomando conta de mim.
A minha filha a minha tia Lourdes. A minha mãe, a minha avó materna (a paterna foi-se muito cedo).
Amigas, mulheres diferentes, anónimas, virtuais, mas todas elas ( as que eu considero, claro está) com força de carácter íntegras. e inesquecíveis.
Passo pelas mulheres que lutam publicamente por causas justas, por causas perdidas, por ideais, sem nunca se renderem. Pelas mães do mundo.
E também a todos os homens que sabem estar ao nosso lado. Porque no fundo trata-se apenas e só de saber respeitar o próximo.

O melhor desta manhã, foi uma chamada da minha ex sogra.
Fiquei a sorrir!

domingo, 4 de março de 2012

Indignação



Isto de me surpreender pela negativa todos os santos dias, começa a ser crónico.
Que cansaço!

A gaja



Tendo em conta que foi a primeira reunião Ibérica, que nunca houve antes qualquer tipo de partilha, intimidade ou outra coisa e porque a gaja trabalha na empresa há 7 meses, em que espécie é que se transforma quando vai para a night com o grupo de colegas de trabalho, (até aqui tudo bem) onde os chefes supremos estão presentes (continua tudo bem) e, quando chega a hora de alguns se começarem a ir embora (sim que no dia seguinte a reunião começa às 9.00) se vira para um deles (chefe) e diz:

"Tu!! Vente con los españoles al lado oscuro!"

A partir daqui, tudo mal.
Cá por mim, que tenho uma mente muito aberta, é igual ao litro. Não sou uma falsa moralista. Uma trancada, meus amigos, sempre e quando apetece e a vontade é recíproca, parece-me bem, mas com classe.
Ainda por cima o quarto dela era o meu! Estão a ver?
Não, não aconteceu nada de especial, só me acordou ás 4.30 da manhã.
E não, não gostei dos risos histéricos do dia seguinte. Não gostei de perceber o que vai naquelas cabeças (dos chefes)
Sinto vergonha alheia, que querem que eu faça?

Fui para a caminha depois de jantar. Hoje quase aos cinquenta anos tal como aos 20. Há quem me leia que sabe que sempre fui assim.

Mas isto sou só eu, com a mania. É que este "tu cá tu lá, filho da puta..." faz-me cócegas no céu da boca..